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Histórico

Publicado: Quarta, 22 de Novembro de 2017, 07h29 | Última atualização em Segunda, 03 de Abril de 2023, 14h21 | Acessos: 33900

Antecedentes

Igreja de Nossa Senhora de Copacabana - 1908Na época do Brasil – Colônia, vários fortes foram construídos a partir do século XVI contra a ameaça de invasores ao nosso território. Para proteger a Baia da Guanabara, foi idealizado um ”Sistema Defensivo da Cidade do Rio de Janeiro”, com fortificações de artilharia.

No início do século XX, buscando diminuir a vulnerabilidade do Rio de Janeiro, capital do Brasil, o Ministro da Guerra, Marechal Hermes da Fonseca, sugeriu ao Presidente Afonso Pena a construção de uma nova fortificação, no mesmo local escolhido pelos portugueses desde a época de D João VI.

Em 16 de novembro de 1907 o Major Luís Eugênio Franco Filho foi designado para dirigir a construção desta moderna fortificação, cujo projeto inicial foi do Major Tasso Fragoso. Em 5 de janeiro de 1908, ocorreu o lançamento da pedra fundamental, com a presença do Presidente da República, Afonso Pena, e do Ministro da Guerra, Marechal Hermes da Fonseca.

O Forte de Copacabana foi construído no promontório da igrejinha de Nossa Senhora de Copacabana ou Sacopenapan, como chamavam os indígenas, pois era uma região cujos rochedos avançavam contra o mar na direção da entrada da Baía de Guanabara, oferecendo excelente área para posicionar peças de artilharia.

Sítio Histórico

Fortificação30 2A construção da Fortificação, entre 1908 e 1914, em forma de casamata, foi um desafio à engenharia militar. Suas paredes externas, de 12 metros de espessura, voltadas para o mar acolhem canhões alemães Krupp, assentados em cúpulas encouraçadas e giratórias. A fortificação possui dois canhões de 305 mm, que poderiam atingir alvos a 23 km de distância, dois canhões de 190 mm e duas torres de canhões de 75 mm e seus acessórios de manejo.

Ocupando uma área de cerca de 114.000 m2, a fortaleza possui uma usina a diesel que, à época, fornecia energia elétrica para o bairro de Copacabana, além de servir para a iluminação, ventilação e operação das peças de artilharia, câmaras de tiro, cozinha, depósito de viveres, paiol de munição, alojamento para oficiais e praças, oratório, oficina, telégrafo, observatório, almoxarifado, cisterna de água, banheiros e enfermaria, hoje disponíveis à visitação.

Durante as obras, foram empregados 2.239 operários e guindastes foram construídos para desembarcar todo o armamento, que fora transportado em navios, da Alemanha para o Brasil. A fortificação foi inaugurada as catorze horas do dia 28 de setembro de 1914, pelo então Presidente da Republica Marechal Hermes da Fonseca, sendo a mais poderosa praça de guerra da América Latina.

A Cúpula dos Canhões, parte superior da fortificação, é famosa por desvendar uma das principais paisagens da cidade do Rio de Janeiro, com vista para o Pão de Açúcar, Praia de Copacabana e Praia do Diabo. A sensação de estar acima do mar, protegidos por pedras, com panorama deslumbrante, encanta os milhares de visitantes.

A construção do pórtico de entrada foi concluída em 1920. Originalmente, possuía alojamento para a guarda, banheiros e pequena reserva para munição e armamento. Há uma inscrição em latim na retaguarda do Pórtico “Si Vis Pacem para Bellum” que significa “Se queres a paz, prepara-te para a guerra”, escrita pelo autor Publius Flavius, em 390 d.C.

O Forte, desde a sua criação, foi guarnecido sucessivamente pelas seguintes unidades:

Historico

● 6ª Bateria de Artilharia Independente de Posição (1912-1917)

● 5ª Bateria do 2ª Batalhão de Artilharia de Posição (1917)

● 12ª Bateria do 4º Grupo de Artilharia de Costa (1917-1919)

● 1ª Bateria Isolada de Artilharia de Costa (1919-1931)

● 1ª Bateria do 6º Grupo de Artilharia de Costa (1931-1934)

● 3º Grupo de Artilharia de Costa (1934-1987)

A partir de 1987, com a extinção das Baterias de Artilharia de Costa, as instalações do forte foram transformadas em Espaço Cultural, passando a ser designado como Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana.

Localizado na Praça Coronel Eugênio Franco nº 1, em Copacabana, o Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana (MHEx/FC) é subordinado à Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército (DPHCEx) e tem sob a sua responsabilidade os espaços culturais Museu Militar Conde Linhares (MMCL), Casa Histórica de Deodoro (CHD) e Pantheon de Caxias.

Acontecimentos Históricos

Os 18 do Forte

Foi palco do levante dos "Dezoito do Forte", de 2 a 6 de julho de 1922, tendo os revoltosos disparado sofre o Forte do Leme e outras fortalezas, e sofrido o bombardeio da Fortaleza de Santa Cruz.

Foi sede da Primeira Escola de Fogo, a partir de 1935, bem como foi pioneiro nos exercícios de levantamento de rota com o apoio de holofotes, a partir de 1937.

Realizou seus últimos disparos em 11 de novembro de 1955, no episódio que ficou conhecido como a Novembrada, por ordem dos militares legalistas comandados pelo Marechal Teixeira Lott, contra o cruzador Tamandaré, que forçara a saída da barra, transportando Carlos Luz, alguns ministros e aliados, rumo a Santos. Na ocasião foram feitos 12 disparos de advertência, durante 20 minutos sem, portanto, atingir a embarcação, que estava desarmada e com apenas uma hélice em funcionamento.

Museu Histórico do Exército

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O Museu Histórico do Exército é um dos principais museus militares do país. Sua origem remonta ao século XIX. Desde então, passou por alguns endereços da cidade, sendo extinto e recriado até 1987, ano em que fixou residência em um sítio famoso e histórico, o Forte de Copacabana, conforme determinou a portaria nº 61, de 19 de dezembro de 1986.

A missão do Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana é preservar, salvaguardar e disseminar os valores, as tradições e a memória histórica do Exército Brasileiro e atuar como um Espaço Cultural, que proporciona cultura, entretenimento e conhecimento aos visitantes. Assim, importantes fatos de nossa história militar terrestre são contados nos salões Colônia-Império, República e Exposições Temporárias.

A equipe técnica do Museu trabalhou incessantemente por quase uma década para reunir, catalogar e restaurar os acervos existentes. A primeira exposição ocorreu em 1992, com a abertura da Fortificação ao público. Em setembro de 1996, foi inaugurado pelo então Ministro do Exército, General Zenildo de Lucena, o salão Colônia-Império que, abrangendo o período de 1500 a 1889, retrata cenas desde a chegada dos portugueses ao Brasil até a queda da Monarquia e a Proclamação da República.

Em 11 de maio de 1998, foi inaugurado o salão República que mostra a atuação do Exército Brasileiro até 1945 com os módulos: Floriano Peixoto, Consolidação da República, Guerras de Canudos e Contestado, Modernização do Exército, Marechal Rondon, Tenentismo e Participação da FEB na Segunda Guerra Mundial.

Contando com um acervo variado de quinze mil peças em sua Reserva Técnica, o Museu possui indumentárias, armamentos e objetos de uso pessoal raros de vultos históricos militares, como uma mecha do cabelo de Napoleão Bonaparte, que são expostos esporadicamente nas exposições temporárias.

Por possuir valioso acervo, situar-se dentro de um sítio histórico e fazer parte do cenário de Copacabana, o Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana pode hoje ser considerado inigualável no mundo. E, ainda, constituiu-se como um dos principais pontos turísticos da cidade, recebendo cerca de trinta e cinco mil pessoas ao mês.

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